Ela decidiu viver os seus sonhos
- Nadhia Dantas
- 3 de mar. de 2016
- 2 min de leitura

Bom dia. Ótimo dia. Ela tateou o celular ainda com os olhos fechados e abriu-os lentamente para checar se havia alguma notificação: alguns e-mails promocionais e o ritual de bom dia no grupo da família.
Aquela segunda-feira parecia ser só mais um dia comum: a preguiça matinal, o incansável bocejo, a aula com números que a esperava na faculdade, mas não era. Ela até achou graça no sono que sentia, e até sorriu quando lembrou do nó que a sua cabeça daria com os cálculos de Contabilidade. Não fez nenhuma reclamação nos 140 caracteres do twitter. Um milagre!
A vontade de fazer tudo diferente nascia naquele dia. Vontade de agir, mudar, trocar de lugar. Alterar o roteiro, sair às ruas de cara limpa e coração aberto. De abraçar desconhecidos, e dizer a eles que no final tudo dará certo, mesmo sem saber quais histórias estão vivendo ou quais sonhos possuem.
O coração dela naquela manhã gargalhava, dava rodopios de felicidade, como uma criança que acaba de ganhar um presente. Queria dividir esta sensação com o mundo. Clamava por sorrisos alheios. Sua alma fazia festa! Seus olhos queriam enxergar o que há de mais puro nas pessoas.
Hoje ela não espera por acontecimentos extraordinários. Tem sede de ser feliz com as coisas mais simples. De tomar café à beira da calçada de casa, e fechar os olhos apreciando o sabor. De cantar alegremente em alto e bom som. Tem fome de conhecer novos lugares e pessoas diferentes. Anseia por encontros em livrarias.
Quer acolher a vida em seus braços, fazer amizades com os pingos de chuva, ser o porto seguro de si mesma, se apaixonar, RE-AMAR. Há tempos que o seu coração não pulsa por alguém. Ah! Se soubessem a imensidão que esta garota tem dentro de si. Beija com paixão, deixa marcas e cartas no criado mudo. Tem um estoque de afagos à espera de alguém que queira recebê-los.
Almeja viajar o mundo, ser poliglota, mas não consegue conter a vontade de voltar para a sua própria cama em 2 dias. É livre, mas refém dos amores que ousam habitar em seu coração. Sabe o que quer e para onde pretende ir. Um caminho atípico, que não lhe trará luxo, mas renderá bons sorrisos.
Sonha em poder viver de versos e morrer de amores.
A vida passou a fazer mais sentido para ela depois daquele dia. O dia em que descobriu o real motivo de sua existência: espalhar o bem por onde passa, e eternizá-lo através de crônicas.
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