Brincar de amor é jogo sujo
- Nadhia Dantas
- 1 de nov. de 2015
- 1 min de leitura

Fui jogadora iniciante na tua brincadeira de amar. Sem conhecer as regras, a cada casa que eu avançava, apostava o meu coração. Me sentia muito mais feliz quando te alcançava do que quando te ultrapassava. Com o tempo as rodadas se tornavam mais desafiadoras, e você mais competitivo.
Os dois ganhariam no final, certo? Era o que eu imaginava, mas você começou a blefar, a rir de quando eu voltava 3 casas ou quando ficava uma rodada sem jogar. Tuas trapaças ficaram visíveis e a mentira virou a tua dupla inseparável (e como jogavam bem). Você não me amava. O único que estava ao meu lado era o amor que sentia por você, e ele não sabia ser outra coisa, além de verdadeiro.
Ás vezes o sentimento pode ser a carta Coringa do baralho ou o +4 do Uno, vai depender do seu parceiro de jogatina.
A essa altura do campeonato, eu hasteava bandeira branca com a frase "Eu desisto" estampada em letras garrafais, enquanto o coração dizia ao pé do ouvido "Só mais uma partida!".
Acabou para mim. E não, o jogo não virou. Em meio a tantas fases, me dispus a vencer o "chefão" e zerar a vida contigo, mas infelizmente o seu maior desejo era encontrar outra jogadora, tão noob* quanto a mim.
Não quero ficar "de próximo" nunca mais.
*Noob: Gíria usada popularmente em comunidades de jogos online pelos jogadores mais experientes quando querem fazer referência a jogadores novatos.
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